terça-feira, 22 de maio de 2012

ESCOLA ARGENTINA PARA TRAVESTIS USA METODOLOGIA DO BRASILEIRO PAULO FREIRE


Thiago Minami
Do UOL, em Buenos Aires
Quando chegou a Buenos Aires aos 15 anos de idade, a travesti Virginia Silveira queria se tornar advogada. Abandonou a família e os estudos na terra natal, Salta (a 1597 quilômetros de Buenos Aires), para realizar, sozinha, o sonho nas elegantes ruas da capital argentina.
A vida que levou, porém, não tinha nenhum charme. Como é comum entre as travestis em diversos países, Virginia recorreu à prostituição para sobreviver na cidade grande. “É uma rotina muito dura para uma adolescente. Mas você se vê sem ter para onde correr”, diz. Como se vestia de menina desde pequena, era vítima de exclusão na escola. Ficava de lado nos trabalhos em grupo e não conseguia ir ao banheiro. “Me aguentava até voltar para casa, porque não me sentia à vontade para ir com os meninos.”
Desde março, Virginia, hoje com 22 anos, está de volta aos estudos. Ela é uma das 35 alunas da escola de travestis Mocha Celis. As aulas não são sobre como usar salto alto ou se maquiar, mas, sim, um supletivo para quem não completou o ensino médio, com aulas de língua, matemática, ciências e outras disciplinas que estariam em qualquer instituição do tipo. Dez alunos são heterossexuais. Em geral, eles são parte de outras minorias excluídas do sistema educacional, como imigrantes. Continue lendo

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