O Conar (Conselho Nacional de Autoregulamentação Publicitária) abriu processo, na tarde desta quinta-feira, para avaliar denúncias recebidas contra a campanha "Hope ensina", em que Gisele Bündchen aparece de lingerie e mostra a "melhor maneira" de dar uma má notícia ao marido.
O processo está baseado em cerca de 15 denúncias de consumidores, recebidas pelo conselho desde ontem, quando a Secretaria de Políticas para as Mulheres informou ter pedido ao órgão a suspensão da propaganda. O pedido oficial da secretaria ainda não chegou ao Conar.
Segundo a assessoria do conselho, o processo foi aberto após análise preliminar do caso, que verificou a existência de fundamento, no código brasileiro de autorregulamentação publicitária, para a aceitação da denúncia.
Segundo a assessoria do conselho, o processo foi aberto após análise preliminar do caso, que verificou a existência de fundamento, no código brasileiro de autorregulamentação publicitária, para a aceitação da denúncia.
O passo seguinte é a nomeação de um relator, que, no âmbito do conselho de ética da entidade, vai elaborar seu parecer sobre as críticas. No meio do caminho, o relator pode decidir suspender liminarmente a veiculação da propaganda até o julgamento final.
Caso entenda que a campanha fere, de fato, o código do setor, o Conar pode recomendar a suspensão definitiva do comercial. A esse tipo de decisão, cabe recurso.
Na peça publicitária, Gisele aparece usando roupas normais para falar, por exemplo, que bateu o carro. A estratégia é classificada como "errada" e em seguida a forma "correta" é mostrada: a modelo repete a notícia, usando apenas lingerie. "Você é brasileira, use seu charme", conclui a peça publicitária, que está no ar desde o último dia 20.
As denúncias recebidas pelo Conar consideraram que a campanha da Hope não tratou com respeito a condição feminina. Para o governo federal, "a propaganda promove o reforço do estereótipo equivocado da mulher como objeto sexual de seu marido e ignora os grande avanços que temos alcançado para desconstruir práticas e pensamentos sexistas".A assessoria da Hope negou que houvesse qualquer intenção "sexista" na campanha. Procurada nesta quinta sobre a abertura do processo, a empresa ainda não se manifestou.
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