Por Fernando Brito
Reportagem de Reynaldo Turollo Jr, na Folha, a mais lida
neste momento em seu portal, dá ideia da monstruosidade que se formou nas
elites deste país. Quando se chega ao ponto de que uma figura sombria e
autoritária acaba em porta-voz da dignidade humana, é sinal de que as
instituições tornaram-se mais que tolerantes, verdadeiras cúmplices da
barbárie.
O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal),
disse nesta terça-feira (10) que pessoas que ficam indignadas com o fato de a
cela do ex-presidente Lula ter um vaso sanitário, por considerarem isso um
privilégio, sofrem de algum tipo de perversão.
“Onde estamos com a cabeça? Aonde foi a nossa sensibilidade?
É um tipo de perversão que pessoas que foram alfabetizadas, tiveram três ou
quatro alimentações durante toda a vida, se comportem dessa maneira,
animalesca”, afirmou.
É assustador que um homem de direita, conservador e elitista
seja um dos poucos que tem espaço para dizer esta verdade evidente, porque os
demais “donos da voz” neste país revezam-se, quase todos, nos jornais e
televisões para chamar de “privilégios” os direitos que deveriam se de qualquer
ser humano.
Aliás, chega-se ao ponto de um candidato (e não só um) dizer
que alguém preso já não é um ser humano.
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