Não deixa de ser irônico que se possa usar uma metáfora “aérea” para descrever o enrosco em que os dois principais candidatos de oposição a presidente da República se meteram. Um enrosco que pode lhes custar a derrota para Dilma Rousseff.
A ironia, por óbvio, reside em que o setor aeroportuário
foi, durante anos, um dos principais cavalos-de-batalha da oposição a Lula e a
Dilma. Devido à forte inclusão social nos governos petistas, a “nova classe
média” chegou a aeroportos pensados exclusivamente para a elite e causou
superlotação que a mídia apelidou de “caos aéreo”.
A Copa do Mundo de 2014 resolveu o problema. Hoje, o país
tem aeroportos capazes de atender a uma demanda vitaminada pela distribuição de
renda da era petista, ainda que a elite e a mídia se recusem a reconhecer os
méritos da nova malha aeroportuária.
Ironicamente, porém, Aécio Neves e Marina Silva podem ser
derrotados, respectivamente, por um aeroporto e um avião. Está ficando claro ao
país que o moralismo com que esses dois atacam os governos petistas dos últimos
12 anos não passa da mais deslavada hipocrisia.
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