domingo, 3 de setembro de 2023

FEIRA ONTEM

                                                                          

OS POETAS DA CIDADE

É a partida um paradoxo, / 

Que jamais a gente explica: 

/ - Quem fica, fica saudoso,

/ quem parte, esquece quem fica.

 /Mas muita vez na partida,

 / o caso muda entre os dois: /

 - Quem parte, leva saudade, /

 quem fica esquece depois. /

 Outra vez, por um capricho, /

 Que o destino se destrai, /

 Quando alguém vai para longe, 

/ A saudade fica e vai. 

/ É a partida um paradoxo, /

 Que jamais a gente explica: / 

- Quando se finge saudade, 

/ Saudade não vai, nem fica.              

Moreira de Pinho, “guarda livros” da firma Cerqueira & Irmão (Folha do Norte de abril de 1951)...

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