Empossado como 39º
presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lembrou neste domingo
(1º) o período em que esteve na prisão, afirmou que vai governar para todos,
chorou ao citar a fome no país e reafirmou compromisso com combate à
desigualdade.
Lula deu as declarações no
parlatório do Palácio do Planalto, logo após ter recebido
a faixa presidencial das mãos de uma criança negra, de uma pessoa com
deficiência, de um indígena e de uma mulher.
No discurso, Lula:
Relembrou o período na prisão:
"Quero começar fazendo uma
saudação especial a cada um e a cada uma de vocês. Uma forma de lembrar e
retribuir o carinho e a força que recebia todos os dias do povo brasileiro,
representado pela Vigília Lula Livre, num dos momentos mais difíceis da minha. Hoje,
neste que é um dos dias mais felizes da minha vida, a saudação que eu faço a
vocês não poderia ser outra, tão singela e tão cheia de significado. Boa tarde,
povo brasileiro."
Lula foi preso
em 2018, durante as investigações da Operação Lava Jato. Em 2021, o Supremo
Tribunal Federal anulou
as condenações de Lula.
Disse que governará para todos:
"Vou governar para 215 milhões
de brasileiros e brasileiras e não apenas para quem votou em mim. Vou
governador para todos e todas, olhando para nosso luminoso futuro em comum e
não pelo retrovisor do passado de divisão e intolerância. A ninguém interessa
um país em permanente pé de guerra."
Disse que o povo quer paz
"Chega de ódio, fake news,
armas e bombas. Nosso povo quer paz para trabalhar, estudar, cuidar da família
e ser feliz. A disputa eleitoral acabou. [...] Não existem dois Brasis, somos
um único país, um único povo, uma grande nação. Somos todos brasileiros e
brasileiras e compartilhamos uma mesma virtude: nós não desistimos nunca, ainda
que arranquem nossas flores – uma por uma, pétala por pétala. Nós sabemos que
sempre é tempo de replantio e que a primavera há de chegar. E a primavera
chegou.
Criticou a fome
"A volta da fome é um crime, o
mais grave de todos, cometido contra o povo brasileiro. A fome é filha de
desigualdade, mãe dos grandes males que atrasam o desenvolvimento do Brasil.
[...] De um lado, uma pequena parcela da população tudo tem. De outro lado, uma
multidão a quem tudo falta e uma classe média que vem empobrecendo ano a ano.
Juntos, somos fortes."
Chorou ao citar a fome no país
"Quando digo 'governar', quero
dizer 'cuidar'. Mais que governar, vou cuidar com muito carinho deste país e do
povo brasileiro. Nesses últimos anos, o Brasil voltou a ser um dos países mais
desiguais do mundo. Há muito tempo, não víamos tamanho abandono e desalento nas
ruas. Mães garimpando o lixo em busca de alimento para seus filhos, famílias
inteiras dormindo ao relento – enfrentando o frio, a chuva e o medo –, crianças
vendendo bala e pedindo esmola enquanto deveriam estar na escola vivendo
plenamente a infância a quem têm direito, trabalhadores e trabalhadoras
desempregados exibindo nos semáforos cartazes de papelão que nos envergonham a
todos 'por favor, me ajuda'".
Defendeu que mulheres e homens
ganhem de forma igual
"Não podemos continuar a
conviver com a odiosa pressão imposta às mulheres, submetidas diariamente à
violência nas ruas e dentro de suas próprias casas. É inadmissível que as
mulheres continuem a receber salários inferiores dos homens quando, no
exercício de uma mesma função, elas precisam conquistar cada vez mais espaço.
[...] As mulheres devem ser o que elas quiserem ser, devem estar onde elas
quiserem estar. Por isso, estramos trazendo de volta o Ministério das
Mulheres."
Reafirmou compromisso com combate à
desigualdade e à fome
"Foi para combater a
desigualdade e suas sequelas que nós vencemos a eleição. E esta será a grande
marca do nosso governo. Desta luta, fundamental, surgirá um país transformado,
um país grande e próspero, forte e justo, um país de todos, por todos e para
todos. Um país generoso e solidário que não deixará ninguém para trás. [...]
Reassumo o compromisso de cuidar de todos os brasileiros e brasileiras,
sobretudo aqueles que mais necessitam, e acabar outra vez com a fome neste
país."
Lula subiu a rampa do Planalto
acompanhando da primeira-dama, Janja da Silva, do
vice-presidente Geraldo Alckmin,
de Lu Alckmin, da cachorrinha Resistência,
adotada por Lula e Janja, e por cidadãos convidados a representar a diversidade
da população. Mais.
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