Em outubro, Pinto voltou a Feira, depois de arrancado da
Prefeitura em maio de 1964. No coreto da Matriz foi saudado pelo líder Eduardo
Motta, com um discurso muitas vezes interrompido pelo povo que encheu a praça. Vale
a pena recordar trechos da fala do “cacique” Fróes da Motta:
- Assim é que regressavam os grandes heróis da Pátria, dos
campos sangrentos de batalhas, nos braços do povo, no coração do povo! ...
Qual um herói e um mártir sofreste de consciência limpa, as
agruras da injustiça dos homens, da pusilanimidade de alguns, da vilania de
maus filhos da terra de Santana...
Homens de ações vis, que passarão para a história desta gleba
de Padre Ovídio, como perseguidores de feirenses da estirpe e solidez de
caráter de Francisco Pinto...
De formação limpa, resistiu ao percurso da estrada cheia de
sofrimento, verdadeira via crucis, como aquela que percorreu Jesus...
Tu mostraste ser um bravo, um forte, mesmo sabendo o quanto
sofria teus amigos e os martírios daquela santa e mãe, privada do filho extremoso
e inocente, arrastado impiedosamente ao cárcere.
No final levou a multidão ao delírio:
- O povo feirense exultante, entoando hinos e hosanas, recebe de coração aberto, te saúda, te bendiz bravo Francisco José Pinto dos Santos.
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