Fernando Brito
A revelação da intimidade de Augusto Aras com o grupo de
empresários golpistas que teve seus celulares apreendidos ameaça destampar as
conexões entre empresários e a cúpula da República.
A informação – originalmente publicada pelo site jurídico
Jota – de que nos aparelhos há registros de conversas entre eles e o Procurador
Geral da República tem um potencial explosivo. Dependendo do teor, que logo
virá à tona, pode colocar um impedimento definitivo para que Augusto Aras se
veja impedido de seguir no cargo.
Já havia suspeitas sobre suas ligações com um dos
empresários, Meyer Joseph Nigri, dono da Tecnisa – há mais de 15 anos amigo e
colaborador das campanhas do atual presidente a deputado, especialmente na
aproximação com a comunidade judaica.
Em maio de 2020, a Veja diz que “Nigri foi um dos padrinhos
das indicações de Nelson Teich para o Ministério da Saúde e de Augusto Aras
para o cargo de procurador-geral da República”. E o procurador, dias atrás, fez
questão de demonstrar-lhe gratidão, saudando-o especialmente em seu discurso na
própria posse na PGR.
Há duas situações decisivas para a evolução do caso: os
indícios que levaram Moraes a ordenar as buscas e apreensões e o teor dos
diálogos entre Aras e os empresários.
É preciso esperar os fatos, mas há motivos para crer que Aras
está no fogo.
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