sexta-feira, 30 de agosto de 2019

NO TEMPO DE GRANDES SERESTAS


Inesquecíveis as serestas dos anos 70. 
Em ambientes fechados, com a “fina flor” da sociedade e também aquelas para o “grande público”, algumas com a venda de ingressos.
Realizadas às sextas e sábados, as serestas da Filarmônica Vitória eram imperdíveis.
Após o “regional” com destaque para “Bebé Coleira” com seu saxofone, Milton Brito dava boas vindas interpretando “Modinha”.
Na sequência começava o show dos “Antônio’s” da Feira: Antônio (Tuita) Caribé, Antônio (Alfaiate) Batista e Antônio (Donga) Carvalho seguidos  por tantos outros seresteiros, entre eles  o grande Geraldo Borges.
E quando começava clarear Titã (da Prefeitura) Soledade, face triste, voz dolente, pegava o microfone e cantava lembrando
arrancando aplausos:

Amor, eu me lembro ainda,
Que era linda, muito linda,
Um céu azul de organdi,
A camisola do dia,
Tão transparente e macia,
Que dei de presente a ti,
Tinha rendas de Sevilha,
A pequena maravilha,
Que o teu corpinho abrigava,
E eu, eu era o dono de tudo,
Do divino conteúdo,
Que a camisola ocultava.

A camisola que um dia,
Guardou a minha alegria,
Desbotou, perdeu a cor,
Abandonada no leito,
Que nunca mais foi desfeito,
Pelas vigílias do amor....

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