Por Fernando Britto
O novo capítulo das revelações dos diálogos da Vaza Jato
traz mais um retrato da ambição por dinheiro e promoção que unia Sérgio Moro e
Deltan Dallagnol.
Trocam dicas sobre quem “paga bem” por palestras, falam dos
valores a serem percebidos, numa inacreditável promiscuidade entre as funções
judiciais que exerciam e as “marretas” palestrinas a que se dedicavam.
Mais: que Moro não informava ao Tribunal, como é
obrigatório, todas os eventos de que participava e que mentia ao dizer que não
eram remunerados. Mesmo que parte fosse destinada, supostamente, à caridade,
eram.
Diz que foi “puro lapso”, esquecimento.
O que mais importa aí não é a quantia, é o método e a
“parceria” entre juiz e promotor no “negócio” das palestras e eventos
remunerados.
“Mãos limpas”, mas bolsos cheios.
Parceria, aliás, é quase um eufemismo para dizer que eram
sócios do bom negócio de explorar o prestígio obtido pelas funções públicas e
que, a qualquer um, fica evidente que não seria obtido se seus réus fossem
absolvidos.
Afinal, um dos chamarizes para a palestra esquecida, como
registra a Folha, era a pergunta “quando é que vão prender o Lula?”.


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