O artigo do jornalista Geraldo Lima, publicado em 2015 no
livro “Feira de Sant’anna – Histórias e Estórias dos séculos XIX e XX” é rico
em informações sobre Cinema e Teatro em Feira de Santana. Vale, pois, a
leitura. (Adilson Simas)
CINEMA E TEATRO EM FEIRA DE SANTANA
O acervo cultural de Feira de Santana é de uma riqueza
incomensurável em todas as linguagens artísticas, seja na música, na dança, no
cinema, nas artes plásticas, na literatura ou nas artes cênicas. Tudo graças ao
talento dos artistas, dentre os quais nomes de expressão nacional e
internacional, que desempenham um papel fundamental nesse contexto, em que pese
a ausência de mais atenção por parte do poder público. Isto, porém, não
arrefece o ânimo dos artistas que, infelizmente, carecem de melhor estrutura
dos espaços e do reconhecimento pelo seu trabalho, embora, mesmo assim,
persistam.
A vida cultural da cidade passou a ter mais visibilidade nos
idos dos anos 20/30, quando a dramaturgia e a literatura já se manifestavam com
mais intensidade, de acordo com os historiadores. A construção do Cine Theatro
Santana era uma semente que brotava para acolher os cinéfilos e a produção de
nossos literatos. Erguido no centro da cidade, na antiga Rua Direita, depois
batizada Conselheiro Franco, as exigências inexoráveis do progresso acabaram
transformando o equipamento num improvisado estacionamento de veículos.
Justamente ali, onde pisaram personalidades de renome como o
jurista Ruy Barbosa e a musicista Georgina Erismann, autora do Hino à Feira -
citados apenas como referência por sua notoriedade -, exibiam-se filmes do
cinema mudo e tertúlias literárias promovidas por entidades como os grupos
Dramático Taborda, Sales Barbosa e Grêmio Lítero-Dramático Rio Branco, que
embeveciam os frequentadores. Desativado depois de enfrentar concorrência,
chegar à falência e ser arrendado e reformado, o empreendimento sucumbiu.
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