Por Armando Rodrigues Coelho Neto
“Estou à beira da depressão”, escreveu uma amiga no
Facebook. Não publique isso, comentei, pois é fazer o jogo do inimigo. Foi
assim que me perdi na engenharia do golpe, na vã fantasia de exercer a
resistência mínima permitida. Enquanto Sejumoro brincava de ser “bonzinho”
dando prazo para o eterno presidente Lula se apresentar em Curitiba, a ilusão
de resistir se desenrolava em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos, em São
Bernardo do Campo/SP. Um movimento de pseudo ou quase reação tímida contra a
opereta bufa de um tiranete. Tudo muito aquém da violência contra o maior líder
da história contemporânea nacional. Mas, ficou a ilusão de resistência, com
arrefecimento de ânimos, muito bem proporcionado pela engenharia do golpe.
A engenharia do golpe vem trabalhando com a emoção, pois
sabe a dimensão de quão despolitizada é a grande massa social. No fundo, sabe
que Lula não é o ladrão que tentam impor e que a riqueza que tentam atribuir ao
ex-presidente é tão pífia quanto a dinheirama de Roseana Sarney veiculada no
Jornal Nacional (Abaixo a Globo!). Naquele episódio, em 2002, Marinhos, Moros e
Malafaias sabiam, assim como qualquer adulto sério, que aquela dinheirama não
elegeria um vereador no estado do Maranhão. Mas, era muito dinheiro aos olhos
do povo, num jogo de cena capaz de acabar com a candidatura daquela que poderia
ter sido a primeira mulher presidenta da República. Ainda bem que não, mas
ilustra a manipulação.
A dinheirama de Roseana Sarney tem o mesmo papel do tríplex
de Guarujá, objeto de um inquérito que virou obsessão de Sejumoro, que hoje
peita a dita Corte Suprema: quebra a dentadura, mas não larga a rapadura.
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