sexta-feira, 9 de março de 2018

UM MÊS DE VERGONHAS, OPORTUNISMOS E NEGOCIATAS


Por Fernando Brito
Começou ontem a “janela partidária”, mais um casuísmo destes que os parlamentares costumam inventar, em causa própria, para burlar as regras da fidelidade partidária e serem “donos” (e mercadores) do mandato que foi obtido através dos partidos, uma vez que apenas 7% dos deputados foram eleitos com menos votos que o quociente eleitoral e, portanto, pelas legendas às quais se filiaram.
Não é preciso dizer a ninguém quais serão as bússolas das mudanças de partido que começarão a ocorrer: o medo da rejeição eleitoral, sobretudo no MDB, que carrega o fantasma de Michel Temer; a atração por ser “o deputado do Bolsonaro” – oportunidade aberta a qualquer um para um candidato que vai se filiar a um partido sem parlamentares – e, finalmente, a compra e venda de favores do governo.
Tudo isso será muito agravado pelo cenário de terra arrasada que o Judiciário fez sobre a representação política no Brasil, do contrário teríamos um núcleo polarizado pela candidatura Lula e outro por aquele que se fizesse o papel de candidato tucano, fosse quem fosse. O Governo Temer e Jair Bolsonaro morreriam à míngua, um como “pato manco”, no governo mas sem poder, e outro como “cão feroz”, prisioneiro do cercadinho do ódio.
Agora, não.
Alguns acham que o espaço está aberto para quem seria, de outra forma, apenas coadjuvante.

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