Por João Sucata
O país esta em uma situação difícil. A sociedade do espetáculo
recebe todas as atenções quando não há
risco político dos poderosos de sempre perderem o poder. Neymar fez uma pequena
operação cirúrgica em um dedo do pé, mas jornalistas de todo o país disputaram
a tapa para ver quem chegava mais perto da junta médica que diria como ele
reagia. Tanto era a pompa que lembrou os dias da morte de Tancredo Neves, 30
anos atrás. No dia seguinte à operação, Bruna Marquezine a tiracolo, a estrela
subiu em um helicóptero para ir ao aeroporto, de onde iria para o Rio, de onde
pegaria novo helicóptero até Mangaratiba.
Nesse meio tempo, entre a entrada dele no hospital e a chegada a casa na
praia, que custa R$ 15 milhões ou mais, algumas dezenas de crianças e idosos
morreram devido a falta ou mau atendimento no sistema de saúde. Não foi
notícia, já que acontece todos os dias e nenhum deles é estrela. Em São Paulo o
prefeito Dória divulga que vai investir R$ 550 milhões em asfalto e R$ 150
milhões em educação. A vida segue. Como alguns séculos atrás, toda a atenção
tem que estar no príncipe, nos carros; faltam os jacobinos.
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