quinta-feira, 8 de março de 2018

MAIA E O PALPITE TRIPO DO “STATUS QUO”


Por Fernando Brito

O lançamento da – por enquanto – pseudocandidatura de Rodrigo Maia à Presidência da República tem mais a ver com os problemas das alternativas eleitorais do sistema do que, propriamente, com as parcas possibilidades do presidente da Câmara nas eleições de outubro.

Maia, assim com o Meirelles, nada vale por sua força eleitoral: além de 1% não ser nada como força inercial para um candidato, o possível candidato do DEM não tem significação política própria, nacional ou local.

O ato de pré-candidatura tem, por isso, mais a ver com a disputa de espaços políticos do que com a expectativa de vitória na eleição presidencial.

Os líderes do ex-PFL enxergaram na fraqueza do PSDB a oportunidade de deixarem de ser o irmão nanico da aliança de direita que sempre fizeram com os tucanos e roubar-lhes votos no centro-sul, mantendo a hegemonia que têm no Nordeste.

Depois, como a possível  candidatura Temer ou a real candidatura Alckmin dificilmente podem pensar, no  horizonte visível, em alcançar 10% do eleitorado, esperam que, com pouco esforço, possam chegar a 5 ou 6% de intenções de voto. Pouco, mas suficiente – dada a pobreza alheia – para negociar em condições vantajosas o apoio, no primeiro ou no segundo turno.

Por enquanto, quem “lambe os beiços” com a candidatura de Rodrigo Maia é Jair Bolsonaro. Seus perto de 20% das intenções de voto o mantêm como o candidato de direita eleitoralmente mais forte, não obstante sua fragilidade política.

Isso deixa a ele mais forte a possibilidade de sobreviver à campanha sem TV e estruturas partidárias e mantém sua esperança de ser ungido para enfrentar o candidato de centro esquerda que – nas contas deles – substituiria a Lula.

Se a esquerda vive a perplexidade pela iminência de perder a chance de  chegar às urnas  com seu candidato natural e favorito para  eleição, a direita está num mato sem cachorro que “preste” eleitoralmente, embora haja muitos vira-latas à disposição.

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