Pode-se prever a montagem de um escândalo artificial em torno de um Fundo Eleitoral de R$ 1,7 bilhões aprovado pela Câmara, que precisa ser sancionado por Michel Temer até sábado para entrar em vigor.
Por Paulo Moreira Leite
Caso Temer fique assustado e não autografe a medida, os
candidatos preferidos pelos ricos e milionários podem abrir champanhe importado
para festejar uma imensa vantagem antecipada nas eleições de 2018.
Num país onde a única forma de contribuição eleitoral
privada permitida por lei envolve o pagamento de pessoas físicas, que têm
direito a desembolsar 10% de seu rendimento bruto do ano anterior, o fundo
público tornou-se uma alternativa necessária para se tentar uma disputa menos
desequilibrada do ponto de vista financeiro.
Em três anos de recessão e desemprego, o desembolso dos mais
pobres – sempre mais magro e difícil – torna-se ainda mais complicado, por
motivos que nem é preciso explicar aqui. Em compensação, num país onde,
conforme dados oficiais, 10% mais ricos dispõe de 54% da renda, 1% ficam com
24,5% e 0,01% embolsam 10.9%, uma disputa eleitoral baseada alimentada por
dinheiro privado torna-se um pique nique na relva para o andar de cima.
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