segunda-feira, 27 de março de 2017

O SIGNIFICADO DO VAZIO

Por Fernando Brito

A Folha noticia na primeira página , com indisfarçável tristeza, que “Atos a favor da Lava Jato levam menos gente às ruas”.

Dentro, uma grande e competente turma de repórteres tem, no máximo, 60 linhas para explicar que não houve cálculo da quantidade de pessoas presentes, exceto pelos organizadores, que as estimaram em 15 mil.

Como o boi sempre engorda com o olho do dono, dê-se por 5 mil e estará de bom tamanho.

A matéria registra que no dia 13 de março de 2016, os “coxinhas” reuniram 500 mil, nas precisas contas do Datafolha.

A edição, piedosa, compara as fotos da Paulista de ontem com a de dezembro, que já não ia bem das pernas.

Dois anos de curso primário bastam para ver que, de cada 100 daquela grei, apenas um foi brincar de “super-Moro”.

Não é uma variação casual, está cheia de significados a interpretar, embora ninguém o faça nos jornais de hoje.

Exceto, claro, na própria Folha, que chamou para fazê-la justamente o agora dissidente rotweiller da direita impixista, Reinaldo Azevedo, que as classifica como expressão de uma “igrejinha piromaníaca”.

Não é preciso muito esforço para perceber-se quem são os santos desta seita e que são, por isso, os grandes derrotados na política a que se aventuraram: o Ministério Público e Sérgio Moro, este que há dias foi para internet dizer que contava com o apoio de “talvez a totalidade da população”.


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