Lula foi a Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, nesta terça (23). Participou de evento relacionado ao setor sucroalcooleiro.
Depois, ao lado do presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, deu uma rápida entrevista.
A alturas tantas, falou sobre o papel que deseja desempenhar no pós-Lula:
“Vou surpreender vocês muito, porque vou andar muito esse país, mesmo sem mandato”.
Instado a esmiuçar o raciocínio, esclareceu: “Primeiro, eu quero desencarnar da Presidência...”
“...[...] Aí, depois que eu desencarnar da Presidência é que eu vou pensar no que fazer”.
Perguntaram-lhe se defende a permanência de Henrique Meirelles no BC de Dilma Rousseff.
E ele: “Não defendo nada, meu filho. A única coisa que eu defendo é o seguinte: quem tá comigo, tem garantia de ficar até o dia 31 de dezembro de 2010”.
Depois disso, Dilma “indica quem ela quiser, pro cargo que ela bem entender”.
Lula repisou um lero-lero que contrasta com sua movimentação nos subterrâneos da transição:
“A minha tese é que a Dilma tem que montar um governo que seja a cara e a semelança dela...”
“...Você só pode indicar para ministro ou para um cargo de uma empresa pública quem você pode tirar”.
Disse que Dilma está “livre” para montar o governo. “Eu apoiarei qualquer que seja a decisão dela”.
A um mês e 23 dias de se tornar um “ex”, Lula ‘Quase Desencarnado’ da Silva vive a difícil travessia entre a logorréia e o silêncio.
Tomado pelas promessas, a partir de janeiro, vai se autoimpor a quarentena do bico calado. Difícil imaginar Lula exercitando a eloqüência do silêncio.
Por Josias de Souza
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