Não esperava que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso apoiasse o Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH), mas sua crítica e postura não diferem da de seu partido: apoia a criação da Comissão da Verdade e Justiça - até porque se trata de um direito líquido e certo das famílias inscrito na legislação internacional sobre o assunto - mas é contra o que considera a politização e a forma como foi elaborada e apresentada.
FHC diz que esse não é um "assunto político”, mas de direitos humanos. Algo impensável para um sociólogo e ex-presidente da República. Como pode um tema de direitos humanos não ser uma questão política? Coisas dos tucanos... Mas o grave é a posição dele sobre os crimes cometidos pelo “outro lado”, pelos que lutavam contra a ditadura. É como se os escravos e os cristãos tivessem que responder por ter lutado contra a escravidão e contra Roma.
É algo que beira a insensatez, se não escondesse a covardia dos que não querem enfrentar a questão do passado e dos crimes da ditadura. FHC critica o PNDH por tratar de questões como o direito à terra, a descriminalização do aborto e a união civil entre pessoas do mesmo sexo. É como se direitos humanos fossem apenas o direito de não ser torturado e perseguido por suas idéias políticas, ou por lutar contra ditaduras.
Em 1996 e 2002 FHC propôs pontos idênticos
A crítica tucana à forma de elaboração do PNDH revela uma postura elitista e típica da cultura tucana de não consultar a sociedade para tomar decisões como essas, com alto potencial de crise e disputa política, já que as Forças Armadas brasileiras, ao contrário de todas as outras do continente e do mundo, recusam-se a aceitar a revisão histórica dos crimes praticados por parte de seus integrantes e do seu papel no golpe militar de 64 e na ditadura.
Além de tudo, o próprio FHC apresentou em 1996 e 2002, PNDHs praticamente na mesma linha e direção do agora apresentado após as conferências sobre direitos humanos em todo o país. Isso só confirma e comprova o caráter oportunista e eleitoreiro, quando não ideológico da crítica tucana, de nossa direita, sempre apoiados por grande parte da mídia.
Oportunismo eleitoreiro e, principalmente, a falta de compromisso dos tucanos com os direitos humanos ao transformar essa questão num tema ideológico, apoiando o que tem de mais atrasado no país como a direita militar e ruralista.
Oportunismo eleitoreiro e, principalmente, a falta de compromisso dos tucanos com os direitos humanos ao transformar essa questão num tema ideológico, apoiando o que tem de mais atrasado no país como a direita militar e ruralista.
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