quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

NÃO É TÃO FÁCIL VENCER UMA GERAÇÃO

Por Fernando Brito
Se eu pudesse realizar a pretensiosa ideia de condensar numa frase o que vem a ser a transição de um homem da juventude para a maturidade e, daí, para a velhice, diria que é a caminhada onde trocamos sonhos por deveres.

Na juventude, os sonhos brotam e os deveres são impostos. No final da vida, os desejos secam e os deveres passam a ser nossa razão de viver.

Deveres não são uma opressão, longe disso. São o resultado de nosso amor: pelos filhos, pelos netos – quando se os têm – e pela humanidade, quando não se a perde, no trajeto da vida.

Daí o drama que vive minha geração.

A maioria de nós formou-se num tempo em que se ansiava pela liberdade, boa parte de nós, hoje, quer restringi-la, de acordo com seus padrões.

O povo pode decidir, formalmente, mas nos limites do  que nós lhe  permitamos.

Daqui a algumas horas, três homens decidirão por mim, por você, por milhões.

Francamente, ainda que fossem verdadeiras todas as convicções de Moro e dos rapazes da Lava Jato, é ridículo que a paga da corrupção de bilhões da Petrobras ao – palavras da acusação – “chefe da cleptocracia” fosse um “pombal” no Guarujá.

Não há como negar que, diante de um primarismo destes, não nos invada uma sensação de cansaço diante da burrice.


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