Por Fernando Brito
Se eu pudesse realizar a pretensiosa ideia de condensar numa
frase o que vem a ser a transição de um homem da juventude para a maturidade e,
daí, para a velhice, diria que é a caminhada onde trocamos sonhos por deveres.
Na juventude, os sonhos brotam e os deveres são impostos. No
final da vida, os desejos secam e os deveres passam a ser nossa razão de viver.
Deveres não são uma opressão, longe disso. São o resultado
de nosso amor: pelos filhos, pelos netos – quando se os têm – e pela
humanidade, quando não se a perde, no trajeto da vida.
Daí o drama que vive minha geração.
A maioria de nós formou-se num tempo em que se ansiava pela
liberdade, boa parte de nós, hoje, quer restringi-la, de acordo com seus
padrões.
O povo pode decidir, formalmente, mas nos limites do que nós lhe
permitamos.
Daqui a algumas horas, três homens decidirão por mim, por
você, por milhões.
Francamente, ainda que fossem verdadeiras todas as
convicções de Moro e dos rapazes da Lava Jato, é ridículo que a paga da
corrupção de bilhões da Petrobras ao – palavras da acusação – “chefe da
cleptocracia” fosse um “pombal” no Guarujá.
Não há como negar que, diante de um primarismo destes, não
nos invada uma sensação de cansaço diante da burrice.
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