Aprovado pela Câmara por 231 votos a favor, 188 contra e 8
abstenções, o projeto que libera a terceirização em todos os setores da
economia vai ressuscitar, na prática, a figura dos mercadores de escravos que
existiam no Brasil até a abolição da escravatura. O que é uma empresa
terceirizadora senão uma versão contemporânea dos comerciantes que viviam da
venda de escravos? A diferença é que existe salário –se é que se pode chamar
assim um pagamento até 30% menor do que recebem os trabalhadores contratados
diretamente.
Como os comerciantes de escravos do Brasil colonial, a
chamada “prestadora de serviços” é uma empresa que não produz nada, nem uma só
agulha. Muito menos riqueza para o país. Seu único papel na sociedade é
fornecer seres humanos a outras empresas, nas piores condições trabalhistas
possíveis. Nas mãos delas, o trabalhador não é nada além de uma mercadoria.
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