segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

PÉ NA ALCOVA

Jornalista, publicitário e roteirista

ouço o tilintar das correntes que o cadáver político de FHC arrasta pelos corredores.

moralista imoral, acaba de ver sua vida particular se tornar pública e ser jogada na privada.

embora a biografia pendurada no Instituto FHC diga que o ex-presidente tenha três filhos, é público que ele tem pelo menos dois outros, fora do casamento.

um é branco e o outro é negro.

um é rico e o outro, pobre.

e esse é o ponto que me interessa.

os segredos de alcova de FHC dizem muito sobre ele, sobre a elite que ele representa e sobre a grande hipocrisia da Casa Grande.

FH, outrora, surpreendeu o Brasil dizendo-se ser um mulatinho com um pé na cozinha.

frase enigmática.

consultei um oráculo, resultou nisso:

mulatinho ele não é. não consta que o pai, general de brigada, fosse chegado a zoofilias.

e um mulato, até o diabo o sabe, é o resultado do cruzamento com uma mula.

mas um pé na cozinha, respondeu-me o oráculo, ah isso ele tem.

chama-se Leonardo, é filho da ex-cozinheira de FHC, Maria Helena Pereira.

isso quem o afirma é o jornalista Cláudio Humberto e acrescenta ainda que Ruth Cardoso demitiu a doméstica por achar o pequeno, que vivia no pequeno quarto de empregada, a cara do pai.

note que ao invés de por pra fora o marido traidor, a moderna Ruth Cardoso, doutora em antropologia, defenestrou a negra pobre e subjugada sexualmente pelo patrão opressor.

tem uma parada que não consigo entender e esqueci de perguntar ao oráculo, por que diabos a mídia chamava a senhora FHC de dona Ruth, mas não o chamava de seu Fernando?

mas isso é outra conversa. voltemos à alcova, sempre cochichando para não chamar muito a atenção.

com o filho no colo, Maria Helena foi acolhida como auxiliar de copeira no gabinete do senador Ney Suassuna (PMDM-PB); sempre segundo Cláudio Humberto.

Humberto foi porta-voz de Collor, ouviu muitos cochichos, muxoxos, muitos sussurros e muitos gemidos.

a ex-cozinheira, veja essa sussurrada por ele, ganhou um cala a boca no valor de 130 mil lascas e uma casinha na periferia de Brasília.

ficou na dela.

seu filho, até pouco tempo, dava um duro danado trabalhando como auxiliar de serviços gerais, também no Senado.

FHC nunca desmentiu o jornalista, nem ameaçou processá-lo.

atentai bem.

Leonardo tem a idade de Tomas, o suposto filho de FHC com a ex-jornalista da Globo.

e é aí que as coisas mudam de figura.

branca e de classe média, Miriam Dutra teve um tratamento diferente ao dado à negra pobre.

exilaram-na em Barcelona. de lá, recebia uma mesada de FHC, grana trafegada por um paraíso fiscal, numa descarada fulanização da pensão.

a grana chegava pelas mãos de terceiros, mas chegava.

Tomás, ao contrário do irmão trabalhador, ganhou apartamento de quase um milhão de reais, cursou uma excelente universidade na Europa e depois foi estudar nos Esteites, tudo isso recebendo uma gorda mesada.

por que o filho branco recebeu um tratamento diferente do filho negro?

conclusão do oráculo: na Casa Grande, há 500 anos, as relações já eram poligâmicas e o senhor, insaciável, tinha direito a um harém de concubinas.

no entanto, os filhos legítimos herdavam tudo e geralmente se esbofeteavam pelo espólio, mas aqueles gerados em ventre africano e criados na senzala não tinham a mesma sorte; geralmente eram tratados como animais domésticos.

no final da vida, o senhor finalmente os libertava.

como se vê, as coisas não mudaram muito.



palavra da salvação.

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