Jornalista, publicitário e roteirista
ouço o tilintar das correntes que o cadáver político de FHC
arrasta pelos corredores.
moralista imoral, acaba de ver sua vida particular se tornar
pública e ser jogada na privada.
embora a biografia pendurada no Instituto FHC diga que o
ex-presidente tenha três filhos, é público que ele tem pelo menos dois outros,
fora do casamento.
um é branco e o outro é negro.
um é rico e o outro, pobre.
e esse é o ponto que me interessa.
os segredos de alcova de FHC dizem muito sobre ele, sobre a
elite que ele representa e sobre a grande hipocrisia da Casa Grande.
FH, outrora, surpreendeu o Brasil dizendo-se ser um
mulatinho com um pé na cozinha.
frase enigmática.
consultei um oráculo, resultou nisso:
mulatinho ele não é. não consta que o pai, general de
brigada, fosse chegado a zoofilias.
e um mulato, até o diabo o sabe, é o resultado do cruzamento
com uma mula.
mas um pé na cozinha, respondeu-me o oráculo, ah isso ele
tem.
chama-se Leonardo, é filho da ex-cozinheira de FHC, Maria
Helena Pereira.
isso quem o afirma é o jornalista Cláudio Humberto e
acrescenta ainda que Ruth Cardoso demitiu a doméstica por achar o pequeno, que
vivia no pequeno quarto de empregada, a cara do pai.
note que ao invés de por pra fora o marido traidor, a
moderna Ruth Cardoso, doutora em antropologia, defenestrou a negra pobre e
subjugada sexualmente pelo patrão opressor.
tem uma parada que não consigo entender e esqueci de
perguntar ao oráculo, por que diabos a mídia chamava a senhora FHC de dona
Ruth, mas não o chamava de seu Fernando?
mas isso é outra conversa. voltemos à alcova, sempre
cochichando para não chamar muito a atenção.
com o filho no colo, Maria Helena foi acolhida como auxiliar
de copeira no gabinete do senador Ney Suassuna (PMDM-PB); sempre segundo
Cláudio Humberto.
Humberto foi porta-voz de Collor, ouviu muitos cochichos,
muxoxos, muitos sussurros e muitos gemidos.
a ex-cozinheira, veja essa sussurrada por ele, ganhou um
cala a boca no valor de 130 mil lascas e uma casinha na periferia de Brasília.
ficou na dela.
seu filho, até pouco tempo, dava um duro danado trabalhando
como auxiliar de serviços gerais, também no Senado.
FHC nunca desmentiu o jornalista, nem ameaçou processá-lo.
atentai bem.
Leonardo tem a idade de Tomas, o suposto filho de FHC com a
ex-jornalista da Globo.
e é aí que as coisas mudam de figura.
branca e de classe média, Miriam Dutra teve um tratamento
diferente ao dado à negra pobre.
exilaram-na em Barcelona. de lá, recebia uma mesada de FHC,
grana trafegada por um paraíso fiscal, numa descarada fulanização da pensão.
a grana chegava pelas mãos de terceiros, mas chegava.
Tomás, ao contrário do irmão trabalhador, ganhou apartamento
de quase um milhão de reais, cursou uma excelente universidade na Europa e
depois foi estudar nos Esteites, tudo isso recebendo uma gorda mesada.
por que o filho branco recebeu um tratamento diferente do
filho negro?
conclusão do oráculo: na Casa Grande, há 500 anos, as
relações já eram poligâmicas e o senhor, insaciável, tinha direito a um harém
de concubinas.
no entanto, os filhos legítimos herdavam tudo e geralmente
se esbofeteavam pelo espólio, mas aqueles gerados em ventre africano e criados
na senzala não tinham a mesma sorte; geralmente eram tratados como animais
domésticos.
no final da vida, o senhor finalmente os libertava.
como se vê, as coisas não mudaram muito.
palavra da salvação.
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