Por Francy Lisboa
Momento de decantação tão sonhado parece ter encontrado seu
acelerador, a espetaculosa operação Lava Jato, deflagrada e mantida pelo
polinômio de quarta ordem Moro/MPF/PF/Mídia.
A efemeridade faz parte da natureza da sociedade do
espetáculo e, mesmo que queiram fazer de cada delação um show de pirotecnia,
todos os brasileiros já sabem que espetáculos bons são os inéditos e não
aqueles derivados de uma mesma haste.
Cansou, muitos já não esboçam reação enfurecida típica dos
incendiários. O problema para aqueles que querem se manter nos holofotes é que
quando um espetáculo se torna enfadonho o telespectador começa a olhar para
aspectos de produção, procurar defeitos, erros. Os olhares e os ouvidos se
tornam mais aguçados. Floresce a desconfiança de que a balança está descalibrada.
Já há que até ontem achava comum e perfeitamente natural que
o nome de um ex-presidente, e de seus familiares, fosse notícia todo santo dia.
As coisas mudaram, milhares de telespectadores acostumados ao aprecio do bang
bang pararam de engrossar o coro da necessidade de extinguir o Karl Marx de
Garanhuns da face da terra. Passou-se a olhar para as balas de festim e as
falácias dos mocinhos. Em nome de vingança ideológica vale a pena se expor
tanto? Essa é a pergunta que pode ser generalizada e feito ao polinômio da Lava
Jato.
Tudo se tornou chato, e com a chatice parece ser crescente a
compreensão de que algo está errado. Nesse crescente de compreensão, os
mocinhos começam a se vitimar com o famoso discurso de descrédito intencional
das instituições para fins de perpetuação da corrupção. Porém, nem isso está
colando, pois, levando em conta o descrédito em relação à todos os poderes, não
podemos ser levianos a ponto de continuar a repetir o mantra de que no Brasil
as Instituições estão funcionado. Funcionando uma pinoia.
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