sexta-feira, 27 de maio de 2022

OS VERSOS DE VIRGÍLIO TUPINAN

Em “Vida Feirense” – Jornal Folha do Norte

Em 24 de novembro  de 1887 – Virgilio Tupinan, cujo nome está ligado à história da imprensa feirense, distribuiu nesta cidade um folheto de versos humorísticos em que há referencias à alta dos gêneros de primeira necessidade.   Eis alguns versos do folhete.

O fumo não aparece,  Isso de fumo, é fumaça.

Do mel p’ra fazer cachaça, Nem por isso o preço cresce.

A farinha sobe e desce; Três vintens, meio tostão

Cada litro raso à mão. Não parece caçoada?...

O que ‘stá dando pancada É a carne de sertão.

Trinta vintens cada kilo,  Arroba oito e quinhentos.

Si Deus não mudar os ventos, P’r’o  povo mudar d’estylo

E comer d’isso e d’aquilo,  Até que a cholera caia,

A creoula vende a saia  Para quem comer comprar,

Só tendo p’ra variar Bacalhao, bagre ou arraia.

A carne verde a cruzado; Porém tem ossos por borra

Cada cabeça de zorra Meio kilo bem pezado;

Tire-se a carne p’ra assado Rôe-se o osso cozido...

Fica o queixo dolorido, O estomago vazio,

O bolso de corropio E o cobre derretido.

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