Minha velhice chora incerteza,
bebe o presente amargo em negra
taça
onde a visão do porvir só é
tristeza:
resto de fogo, cinza e fumaça.
Minha velhice arrota sua
grandeza,
Quando a lembrança lhe move uma
devassa
no passado de rara e sã beleza
onde a virtude se une e se
abraça.
Quando jovem a vida era o futuro
a certeza de um porto seguro
que a velhice não pode sonhar.
Fui jovem, sou velho... o que
esperar?
Para os jovens a morte é u’a
surpresa.
Para os velhos ela é u’a
certeza.
(Antônio Moreira Ferreira, o poeta
Antônio do Lajedinho, nasceu em dezembbro de 1925 e foi para o andar de cima em 21 de maio de 2021)..
Nenhum comentário:
Postar um comentário