domingo, 28 de novembro de 2021

FIM DE SEMANA - LEMBRA ESPORTE, CULTURA E OUTRAS ARTES

Fogueira de São João - Aloísio Resende


Em frente à casa branca e simples da fazenda,

Arde, de manso, em festa, a fogueira bizarra.

Quer foguete ou balão sobre os montes ascenda,

Da petizada explode a estrídula algazarra.

 

Tiram moças a sorte. A viola zanguizarra

Num canto da sala e, chula a chula, emenda.

Rodam pares febris. Trescala a flor na jarra,

Tentam seios romper dos casacos a renda.

 

Ferindo no ar, um rojão raivoso ruge e estoira,

Rouco ressoa após, de quebrada em quebrada.

Mal desponta da aurora a luz bondosa e loira,

No terreiro deserto, onde, a cismar, me vejo,

Contemplando a fogueira, aos restos, apagada,

Fito as cinzas, talvez, do meu próprio desejo! 

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