sexta-feira, 24 de abril de 2020

MORO, ENTRE O NÃO SER E O SER UM NADA


Por Fernando Brito


Em seu magnífico Os Trabalhadores do Mar, Vitor Hugo fala na diferença em “ser nada e não ser”.

É nesta situação em que se encontra o sr. Sérgio Moro agora com as informações de que Sérgio Moro não teria pedido demissão, mas dito que, se fosse trocado o diretor geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo por Jair Bolsonaro.

Sair será o “não ser”: não sendo ministro e não sendo juiz para projetar-se como algoz de seus réus e faz sumir as últimas barreira para que o Supremo Tribunal Federal, sem piedade, o declare suspeito e abale o que restar ser sua fama de paladino judicial.

Ficar, será o ser nada, com um sepentário de cobras na polícia e na política para deixá-lo só e apavorado com as armadilhas que lhe prepararão, sem que possa socorrer-se das hordas moralistas, agora agregada ao rebanho bolsonarista, já quase sem distinção.

Se sair, o que lhe restará é ir para os braços de Dória, cujo governo é o pouso dos excretados do bolsonarismo.

Se ficar, vai murchar mais do que já se enrugou, exalando o odor da pusilanimidade, da covardia, do arrogantemente poderoso que se verga, e crê recuperar em migalhas a altivez que perdeu.

Algo, porém, terá de entregar ao Moloch bolsonariano para devorar.

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