quinta-feira, 30 de abril de 2020

A MORTE DO BURRO


"Choque: o asno cai no asfalto”
Esta talvez seja a primeira vez que o Fórum Filinto Bastos, de Feira de Santana, acolhe uma “ação indenizatória” como a requerida pelo advogado Celso Pereira para um cliente seu que perdeu o seu  mais importante instrumente de trabalho: um burro de carroça.
O burro de Raimundo Ferreira Santana não precisou ser apanhado pela “carreta” dos matadouros de equídeos (o burro é híbrido do jumento) para morreu eletrocutado, como seus irmãos. Ele pisou sobre alguns fios espalhados pelo chão, à rua Senador Quintino,  e teve morte imediata,
E Raimundo – afirma o advogado na sua Ação – “zeloso com o seu falecido asno, promoveu todo o necessário para documentar o passamento do burro e a causa mortis”, já estava perdendo ali a maneira de promover o seu sustento.
 A “ação equídea” de Celso Pereira, advogado que foi candidato a vice-prefeito pelo PMDB II, conta a história do carroceiro, valorizando os préstimo do animal com considerações bem-humoradas e citação do padre Antônio Vieira extraídas de sua crônica sobre a importância do jumento, do  burro, do asno enfim, para o homem.
“Pobre carroceiro! – lamenta o advogado. “Assistiu a morte de seu companheiro de trabalho, o burro. Morte estúpida, triste fim, eletrocutado”...
(Do texto “Mata o jegue!” de Jânio Rego, na Revista Hoje, de  maio de 1984)

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