Penso, às vezes em mim na pequenez suprema
Em que vivo, no mundo, isolado, esquecido,
E sinto, minh'alma, o sonho renascido,
De passar, sem temor, de uma extrema a outra extrema.
Ante mim se ergue, sempre, o lúcido dilema
Ser orgulhoso e grande, hostil e desabrido,
Ou ser pequeno e bom leal, despercebido,
Mas forte, vertical, sonhador sem qlgema.
Não pude ser na vida, o que a selva é na planta
A selva que subiu das umidades do humo
À trama original dos frutos sumarentos;
Sou apenas, no muno, o pó que se levanta,
Turbulento ou sutil, impalpável, sem rumo,
Irizado, porém, ao sol dos sofrimentos...
(Eu - Gastão Guimarães)
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