Por Fernando Brito
Corrupção da função pública é sempre grave, mas não chega a
ser novidade. Como não é novidade que ocupantes de cargos e funções públicas
usem-nos para se se promover e obter vantagens com isso.
Das revelações feitas pela imprensa, até agora, pelos
vazamentos da “Lava Jato” obtidos pelo The Intercept há, certamente, várias
coisas mais graves que o plano rastaquera de Deltan Dalagnoll de faturar
“cachês” com palestras e eventos.
Acumpliciar-se a um juiz para deformar processos criminais,
que afetam honra, liberdade e vida de pessoas é mais grave que “arrumar uma
grana” com exploração de prestígio.
Mas no Brasil que foi levado a desprezar o devido processo
legal, não há dúvida de que a compreensão pública sobre o que fez Deltan cai na
“caixa” inapelável da corrupção.
Desta vez, o procurador não terá o “apoio corporativo”. Não
se dirá que “não há nada de mais” nas suas atitudes.
A exploração de prestígio está escancarada, ainda que não
possa ser rigorosamente tipificada. juridicamente.
Moralmente – sem trocadilho – está escancarada.
Deltan Dallagnol é um futuro ex-procurador da República.


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