Por Fernando Brito
Na clássica canção de Gilberto
Gil, Domingo no Parque, o rei da brincadeira é José e o rei da confusão, é
João.
Mas isso era na Bahia. Em São Paulo , o José (Serra) e o João (Doria) trocaram de papéis.
O auto-lançamento da candidatura
do José ao Governo de São Paulo é para criar uma baita confusão para o João.
Tira dele a saída de disputar, “a
pedido de Geraldo Alckmin”, o Governo do Estado, uma saída honrosa para o fim
de seu projeto presidencial sem desmoralizar-se.
Fica a alternativa de ser o vice de
Alckmin, o que este não quer, claro, por toda a traição e também pelo que seria
um golpe quase fatal em qualquer possibilidade de alianças.
Resta ficar na prefeitura de São
Paulo e arriscar-se a um mandato que vai lembrar Celso Pitta, o afilhado renegado
por Paulo Maluf.
José integrou o governo Michel
Temer, por quem o João morre de paixão, mas saiu alegando “dores na coluna”,
talvez por sentir o peso que este se tornara. Curiosamente, sua saúde melhorou
fora do Ministério, ao ponto de agora empertigar-se em candidato. Não ataca o
ex-patrão, mas a defesa que faz dele é na base do “não tem outro jeito senão
aguentar”.
O João, rei da brincadeira,
assanhou-se a ser candidato a Presidente. Foi se afastando de seu criador e-
justo quem não devia nada ao presidente de ocasião – foi se achegando, se
achegando e hoje é o Aécio que não precisa se esconder no esquema de Temer no
PSDB.
Na música do Gil, todos sabem, a
história termina em facada e sangue.
E num corpo caído, e é João.
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