Por Fernando Brito
Na capa do seu site, a Folha chama para suas “imagens do
dia“.
Menos de uma dúzia de gatos pingados, num protesto
claramente patrocinado – bonecos infláveis custam dinheiro – contra Lula em
Teresina.
Foto do do mesmo dia, porém, a de Ricardo Stuckert, que
reproduzo abaixo, do comício de Lula na mesma cidade, não vem ao caso.
Na galeria do dia, de Lula, para “preservar o equilíbrio”,
há uma foto dele, quase sozinho, sendo homenageado com um cocar indígena,
Ia, antes, escrever sobre a foto de Stuckert, e coloco, sem
cortes, ao final, para que se veja a quantidade de povo.
Desisti, ela fala por si mesma.
Não posso é conter o nojo do que a minha profissão passou a
representar: a arte de enganar o povo pelo foco e de fazer invisível a
realidade.
Não foi só na ascética Folha.
Na Globonews, onde Lula só parece quando é acusado de alguma
coisa, um bando de bobocas ganha quase dois minutos, com meia-dúzia de
sujeitos, fazendo um movimento “coxinha de mortadela” de combate à corrupção.
Nas somos “profissionais”, não é?
Cortamos a carne de acordo como manda – se é que ainda
precisa mandar – o patrão, não como tem direito o freguês.
O povo e a verdade são isso, carne a ser retalhada e exibida
quando e como convém.
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