Por Fernando Brito
O apelido de “mordomo de filme de terror” dado por Antonio
Carlos Magalhães, com toda a sua malvadeza, a Michel Temer começará a se
justificar para o grande público.
Segundo Moreira Franco – de onde, qualquer um sabe, boa
coisa não vem – o usurpador anunciará seus primeiros éditos.
Neles, como disse ontem, parte será explícita, mas boa parte
será dissimulada, como seu autor.
Medidas como o saque aos direitos dos aposentados não devem
ser anunciadas diretamente, mas construído por subterfúgios que permitirão,
afinal, fazer o mal que se quer.
Temer não tem força nem caráter para assumir aquilo a que se
comprometeu, como já se viu na molecagem que se fez no (pseudo?) episódio da
indicação de “Newtinho” Cardoso para o Ministério da Defesa. Retirado o “bode”,
Raul Jungmann “desceu” mais fácil.
À Fiesp, se não for mais outro caprino, dá-se o pastor
Marcos Pereira, da Universal, não fará os fará pagar o pato, mas o dízimo. Nada
que lhes seja mais gravoso que ter um homem do caráter de Armando Monteiro no
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Não falta esperteza ou habilidade de manipulação política a
Michel Temer. Ao contrário, estas lhe sobram.
O que lhe falta – e a sua ascensão à Presidência é um
atestado – é caráter e sinceridade.
Se a deslealdade, a dissimulação – o fingimento,mesmo – deram tão certo que o
levaram ao lugar ao qual o voto jamais o levaria, porque governar com outro
método?
Nenhuma.
Ou melhor, apenas uma falha no roteiro.
É que, agora, todo mundo já sabe que o mordomo será o autor
dos crimes, embora, como mordomo, seu papel é servir a outros com um ar
distante e aparentemente altivo.
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