Por Fernando Brito
O líder do PSDB na Câmara, Deputado Bruno Cavalcanti Araújo
( não sei se ele corta o “Cavalcanti” por conta dos versos do tempo da
Revolução Praieira, ainda hoje conhecidos: “”Quem viver em Pernambuco, há de
estar desenganado; ou há de ser Cavalcanti, ou há de ser cavalgado“) prestou-se
à ridícula cena de tornar-se, da tribuna, mais um paneleiro.
O deputado deve se cuidar: afinal de contas, apanhou R$ 130
mil em doações de campanha da Construtora Norberto Odebrecht, e é capaz de
aparecer alguma língua ferina sugerindo que ela não se deveu apenas ao fervor
moral do deputado, compartilhado por aquela empresa. E mais R$ 80 mil da Queiroz
Galvão, como a Odebrecht metida no escãndalo da Lava Jato.
Ou para lembrar que ele era o “queridinho” de Sérgio Guerra,
que com os R$ 10 milhões apanhados de Alberto Youssef para dar fim á CPI da
Petrobras, em 2010, só não entrou na lista do Janot porque morreu.
Tudo em 2014, porque em 2010, a fontes do deputado eram as
indústrias farmacêuticas, de quem Araújo foi acusado pela Istoé de ser lobista
– quando elas defendiam a liberação de inibidores de apetite proibidos, como a
sibutramina, a anfepramona, o femproporex e o mazindol- que financiaram sua
eleição.
Aliás, com circunstâncias muito curiosas, que poderiam fazer
alguém pensar em “formação de cartel” de doadores de campanha: além da
associação desta indústria, que lhe deu R$ 50 mil, oficialmente, Araújo teve o
apoio de cinco laboratórios (Aché, Biolab Sanus, Eurofarma, Libbs e Infan), num
total de R$ 405 mil, cada uma delas doando, harmonicamente, três parcelas de R$
27 mil.
Coincidência, apenas, não foi combinado, claro…
Mas é capaz de algum maledicente sugerir que isso era um
“cartel de doadores”, deputado…


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