Por Fernando Brito
Muito estranha a lista dos beneficiários de dinheiro de
empreiteiras que trabalhavam para a Petrobras, divulgada hoje pelo Estadão.
Dois valores citados, chega-se á conclusão que os maiores
foram para políticos de oposição, em valores que, de forma alguma, poderia ser
confundidos com doações eleitorais: Eduardo Campos (R$ 20 milhões) e Sérgio
Guerra (R$ 10 milhões).
Supõe-se que, embora hoje ambos estejam mortos, Costa tem os
meios de demonstrar como e por que meios foram feitos os repasses.
Aliás, o mesmo deve se aplicar àqueles que, diz o jornal,
“segundo o ex-diretor de Abastecimento, recebiam repasses com frequência ou
valores que chegaram a superar R$ 1 milhão”.
Mas, estranhamente, a reportagem afirma que “sobre vários
políticos, o ex-diretor da estatal apenas mencionou o nome. Não revelou valores
que teriam sido distribuídos a eles ou a suas agremiações”.
Muito pouco para quem quem está “enojado”, “arrependido” e
disposto a “entregar tudo”.
E para quem vai sair livre depois de ter roubado – com todo
este “nojo” alegado – R$ 23 milhões de dólares, com a ajuda da família, também
perdoada.
Não tenho a menor simpatia por nenhum dos citados – muito ao
contrário, na maioria dos casos – mas é preciso discernir entre o que é pedir
para conseguir doações e negociar contratos para receber propina.
Porque se pedir doações eleitorais de empresas for crime,
dos 513 deputados e 81 senadores sobraria uma dúzia, se tanto.
Nenhuma empresa doará se não se lhe pedir, não é?
Goste-se ou não (viu, Ministro Gilmar Mendes?) é assim que
funcional eleições com financiamento privado de campanhas. CONTINUE LENDO
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