Por Luciano Martins Costa
Do Observatório da Imprensa
A uma semana do encerramento deste que foi um dos anos mais intensos
do jornalismo no Brasil, é preciso colocar em discussão uma questão que a
imprensa evita o quanto pode: a linguagem jornalística dá conta de decifrar
adequadamente a realidade?
Analisada contra o cenário deteriorado da mídia brasileira,
a pergunta pode parecer impertinente e até mesmo cândida, uma vez que o campo
da comunicação institucionalizada se deixou contaminar por outros vícios, que
levaram ao fim da ilusão da objetividade e do pressuposto da honestidade
intelectual como princípios fundadores da imprensa.
Há muitos outros aspectos a serem contemplados numa análise
do que vem a ser o jornalismo nesse contexto, em que uma tecnologia de ruptura
se impõe ao mesmo tempo em que a gestão dos principais veículos da mídia
tradicional se concentra e verticaliza. Esse movimento do sistema da imprensa
para dentro de si mesmo bloqueia a inovação e condiciona as iniciativas a uma
doutrina que em tudo é contrária ao espírito de liberdade do jornalismo.
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