segunda-feira, 8 de setembro de 2014

MEIO AMBIENTE E DESIGUALDADE: O PARADOXO DE MARINA

Dan Moche Schneider
 Li, aprendi e vou observando que gente e meio ambiente são mediados por relações econômicas. Comecei a aprender isso quando, já engenheiro, voltei à escola que, um dia, recebeu o seringueiro e sindicalista, à época ainda desconhecido no Brasil, Chico Mendes.

Nesse dia aprendi que na floresta viviam povos - seringueiros, índios ribeirinhos - que dependiam de seus produtos para viver e continuar vivendo. E que havia um projeto - reservas extrativistas - que poderia desenvolver, além dos serviços amibientais gratuítos, uma outra função econômica, em contraposição ao projeto de sua derrubada para produzir carne.Quando Chico Mendes foi assassinado, vivenciei dolorosamente o poder da racionalidade econômica hegemônica que tudo pretende subordinar, inclusive a vida e a morte. Assistimos, impotentes, seu assassinato anunciado, pelas mãos daqueles que queriam a floresta para pa$to$, mas também vimos as reservas extrativistas ganharem realidade. Aprendi que pensar grande, começar pequeno e agir agora produzia resultados na construção de uma sociedade mais equilibrada: socialmente mais justa, economicanente inclusiva e ambientalmente responsável. Em outubro teremos a possiblidade de eleger o grupo que irá conduzir, em parte, a economia do país. Oxalá fosse realidade o princípio constitucional de que todo o poder emana do povo. Mas enquanto não se realiza a reforma política que proiba o financiamento privado de campanhas políticas e a quebra do monopólio da mídia, continuaremos a conviver com o poder do 1% endinheirado & poderoso.

1% endinheirado e poderoso que se apropria da maior parte da riqueza produzida. Produção de riqueza (e seu consumo) que está erodindo as bases de sustentação da vida. Bases de sustentação da vida defendida pela candidata Marina que defende os ideais economicos do 1%. Limites ecológicos já foram ultrapassados, pressionados por um lado pela demanda do excesso e desperdício do 1%, e por outro lado, pela escassez dos 99%.  Nesse contexto, a construção de uma sociedade ambientalmente responsável - principal bandeira de Marina -  demanda uma profunda distribuição de riquezas. Uma sociedade socialmente mais justa demanda o mesmo: profunda distribuição de riquezas. O espaço de convivência começa a fazer água. Ou melhor, já falta água. Marina fez suas escolhas. À ela dedico essa canção:    

Metamorfose ambulante

Nenhum comentário:

Postar um comentário