sexta-feira, 19 de setembro de 2014

“JOAQUIM, SUA MÃE SUBIU NO TELHADO” OU O ALTO RISCO DE MARINA SILVA

Autor: Fernando Brito
A pesquisa Datafolha divulgada hoje seguiu exatamente aquilo que, domingo, já havia sido dito aqui sobre como seria o “ritual” de apresentação da queda da candidatura Marina Silva.
Na verdade, foi além, em matéria “capricho” para evitar que a opinião pública não seja informada dela com a mesma intensidade do que fora, antes, informada de sua subida vertiginosa.
A “operação” passou, inclusive, pelo fato de a Globo ter deixado de divulgar ontem, no Jornal Nacional , os números da pesquisa, como estava previsto, inclusive porque a Globo era, ao lado da Folha, contratante do levantamento, que já estava dentro do prazo hábil para divulgação.
Não existe explicação plausível, senão esta, para a inédita substituição do veiculo que anunciaria ao Brasil as mudanças no quadro eleitoral: sai William Bonner, no Jornal Nacional, entre Chico Pinheiro no Bom Dia, Brasil.
Até à noite, quando o resultado for da do no Jornal Nacional, maquina-se uma forma de dissolver o impacto da vantagem de Dilma.
Mas porque tanta preocupação, se os resultados, pesquisa após pesquisa, tem sido quase todos apresentados como “oscilando na margem de erro”?
Cada vez mais me convenço que estamos diante daquela velha piada de português, na qual o Joaquim, no Brasil, reclama da mulher, em Portugal, da falta de tato em avisar da morte da gatinha que ambos tinham por lá e pede que avisos assim sejam dados “aos poucos”.
Com todos os perdões aos lusos – inclusive os da minha família -, a caricatura  é mais ou menos como vem sendo apresentada a queda de Marina Silva.
É grande e real a dúvida da direita de que ela será uma opção sustentável até o final do primeiro turno e, sobretudo, no segundo turno.
O movimento de rejeição crescente à sua candidatura é sério demais para ser ignorado pelos analistas do “Comando Marrom” , como Brizola chamava a direção do “partido único da mídia”.
O Datafolha já  situa a rejeição a Marina acima da de Aécio Neves, o que não é pouco, portanto.
Apostar todas as suas fichas nela, como fazia até duas semanas atrás, demonstrou-se desastroso, porque levou Aécio, o PSDB e as estruturas orgânicas da direita para a UTI, sem que tivesse sido garantida, como contrapartida ao lance ousado,  uma tendência irresistível de vitória da “Nova Marina” sobre Dilma e Lula.
A impressão que tenho é a de que ainda não se esgotou a “caixinha de surpresas”  desta eleição.
Ainda pode chegar uma carta com notícias”fora da margem de erro” para o Joaquim.

Aliás, cartas ao Joaquim, mesmo, estão sendo enviadas com furor pelo tucanato.

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