segunda-feira, 8 de setembro de 2014

A MÚSICA CHORA, LÁ SE VAI MILTINHO

Luciano Hortencio e Lourdes Nassif

Jornal GGN – Miltinho, ou Milton Santos de Almeida, faleceu ontem, aos 86 anos, no Rio de Janeiro. Segundo sua filha, Sandra Vergara,  uma parada cardíaca o levou. Miltinho estava internado havia dois meses, em tratamento de problema pulmonar, no Hospital do Amparo, em Rio Comprido, Zona Norte do Rio.
A interpretação que o tornou muito conhecido foi “Mulher de 30”.  Miltinho também fez duetos memoráveis, com Chico Buarque, Elza Soares e Zeca Pagodinho.
O velório será na Capela 3 do Memorial do Carmo, Zona Portuária do Rio, nesta segunda-feira, dia 8. Ele deixa três filhos e cinco netos.
“Mulher de 30” trouxe reconhecimento público para Miltinho. Com ela, recebeu vários prêmios e teve participações nos principais programas de televisão da época.
O sambista Miltinho animou vários carnavais, com marchinhas que fizeram história, como “Nós os carecas”.
Em 1998, ao comemorar seu aniversário de 70 anos, lançou o CD “Miltinho convida”, com participações de vários de seus aprendizes confessos, como João Nogueira, João Bosco, Luiz Melodia, Chico Buarque, e tantos mais.
"Mulata assanhada", “Palhaçada”, “O conde”, “Laranja madura”, “Volta” e “Menino moça” são outros de seus sucessos, que lhe renderam o apelido de "Rei do Ritmo". "A vida, a meu ver, como ritmista, é um ritmo. Você tem ritmo para andar, para pega. Se bobear, tropeça e cai", disse o cantor em entrevista para um documentário "No tempo do Miltinho" (2008), de André Weller. "Eu não sou astro de coisa nenhuma. Sou apenas um mero cantor de samba. O que me honra muito", definiu-se.
Segundo a filha, Miltinho havia parado de fazer shows há quatro anos, desde que foi diagnosticado com princípio do Mal de Alzheimer.
Foi assim
A lâmpada apagou
A vista escureceu
Um beijo então se deu
E veio a ânsia louca
Incontida do amor
E depois
Daquele beijo então
Foi tanto querer bem
Alguém dizendo a alguém
Meu bem, só meu, meu bem

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