Enviado por luisnassif, dom, 01/01/2012 - 12:00
Autor: Adriano S. Ribeiro
Por Luiz Cezar
Lembro quando vi Serra pela primeira vez. Sempre sisudo junto à portinhola da cozinha em que a simpática Dona Raimunda fazia passar seu café logo depois do almoço no segundo andar da faculdade de economia, portava-se como personalidade a espera de um pedido de autógrafo.
Usava uma invariável jaqueta marrom com detalhes em couro e os poucos cabelos puxados a brilhantina. A expressão de permanente descontentamento a quem tudo parecia desagradar, vez ou outra se desfazia em reação receptiva a eventuais festejos de bajuladores que já naquele tempo acompanhavam-no.
Visto à distância não transparecia estar agradecido pelo emprego que João Sayad e Montoro Filho arrumaram-lhe na FIPE quando desembarcou com uma mão atrás e outra na frente vindo do exílio auto-imposto no Chile. Aparecia pouco na Universidade e naqueles inícios dos anos 80 de empregos escassos víamos com certa estranheza o modo fácil como ganhava seu dinheiro.
Autor: Adriano S. Ribeiro
Por Luiz Cezar
Lembro quando vi Serra pela primeira vez. Sempre sisudo junto à portinhola da cozinha em que a simpática Dona Raimunda fazia passar seu café logo depois do almoço no segundo andar da faculdade de economia, portava-se como personalidade a espera de um pedido de autógrafo.
Usava uma invariável jaqueta marrom com detalhes em couro e os poucos cabelos puxados a brilhantina. A expressão de permanente descontentamento a quem tudo parecia desagradar, vez ou outra se desfazia em reação receptiva a eventuais festejos de bajuladores que já naquele tempo acompanhavam-no.
Visto à distância não transparecia estar agradecido pelo emprego que João Sayad e Montoro Filho arrumaram-lhe na FIPE quando desembarcou com uma mão atrás e outra na frente vindo do exílio auto-imposto no Chile. Aparecia pouco na Universidade e naqueles inícios dos anos 80 de empregos escassos víamos com certa estranheza o modo fácil como ganhava seu dinheiro.
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