quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

POPULAÇÃO MAIS POBRE É A MAIOR VÍTIMA DA CRISE AMBIENTAL

 

Embora seja um desafio global, o impacto negativo dos eventos extremos relacionados às mudanças climáticas e dos crimes ambientais recai, principalmente, sobre as populações empobrecidas. Um estudo do Instituto Pólis, Racismo ambiental e justiça socioambiental nas cidades , realizado em 2022 nas cidades de São Paulo, Recife e Belém, mostrou que as pessoas negras e de baixa renda são maioria nas áreas menos dotadas de infraestrutura e serviços ambientais básicos e que são as mais afetadas pelos desastres e crimes ambientais no país.

“Durante muito tempo, o racismo foi tirado de cena na questão ambiental. O racismo ambiental fala sobre como essas injustiças ambientais privam a população negra e os povos indígenas de humanidade e direitos”, explica o geógrafo Diosmar Santana Filho, pesquisador da Universidade Federal Fluminense (UFF) e autor do livro A geopolítica do Estado e o território quilombola no século 21 .

Um exame rápido de eventos recentes evidencia isso: 84,5% das vítimas imediatas do rompimento da barragem em Mariana (MG) eram negras. O desastre do ano de 2015 foi de responsabilidade da mineradora Samarco, que poluiu a bacia do Rio Doce com rejeitos de mineração, destruiu casas e matou 19 pessoas. A lama tóxica contaminou as águas do rio, matando peixes e comprometendo a subsistência de comunidades ribeirinhas e do povo indígena krenak. Mais.

 

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