“FOLHA DO NORTE” CENTENÁRIA
Por Adilson Simas*
Segundo os historiadores,
no século XIX, mais precisamente em
1862, quando Feira ainda era Vila, surgiu o seu primeiro jornal , “O Feirense”, fundado por Américo
Amorim Pedreira e pouco tempo depois foi a vez do “O Nacional”, concebido por
Cristóvão Barreto. Ainda naquele século nasceriam outras publicações que a
exemplo dos dois pioneiros não tiveram longa duração.
O século XX, por sua vez, marcaria
o advento de um numero maior de revistas
e jornais, principalmente a partir da sua segunda metade. Desse período, o
grande destaque foi o jornal “Feira
Hoje”, que nascido semanário em setembro de 1970, virou bi-semanário em
setembro de 1972, tri-semanário em setembro de 1973 e finalmente diário em
março de 1976. Desapareceria antes da virada do século, perto de completar três
décadas, em mãos de grupos com vínculos com a cidade.
O jornal “Folha
do Norte” data do começo daquele século, fundado que foi em setembro de 1909, e por isso agora completando um
século de existência. Mais quatro anos e
a decana “Folha” se tornará um
jornal centenário. As comemorações
começaram ontem na Câmara Municpal que realizou sessão especial sugerida pelo
vereador Frei Cal e serão concluídas hoje com missa na Catedral de Santana pela
manhã e depois palestra, lançamento da edição especial e coquetel no casarão da
Fundação Senhor dos Passos.
Fundado por Tito Ruy
Bacelar, coube aos irmãos Raul, Dálvaro e Arnold Silva a continuidade do
projeto mais tarde também abraçado por seus herdeiros Oyama, José Luiz, Antonio
e Hugo Silva, os dois primeiros já falecidos. Antes do centenário e ainda no século XX também as
presenças de Dálvaro Neto, Lícia Silva e outros, representando mais uma
geração.
A “Folha do Norte”, que ao longo desse tempo só deixou de circular em
alguns meses do distante ano de 1911, por força de um incêndio em suas oficinas, teve, por
outro lado, um bom período funcionando como jornal diário. Foi a partir de março de 1976 e este cronista se orgulho de naquele período ter integrado a sua
editoria, ao lado de José Luiz, Dílson Barbosa, Rossini Souza, Nilson Carvalho, Zadir Porto mais
tarde, sem falar no querido Oydema Ferreira, com sua crônica social
A Feira de grandes redatores como Sales Barbosa e Cristóvão Barreto, pôde
através da veneranda “Folha” , conhecer textos de verdadeiros amantes da arte de
escrever, como Arnold Silva, Antonio Garcia,
Gastão Guimarães, Osvaldo Requião, Aloísio Resende e tantos outros que já se
foram . E viu também, nas páginas da “Folha”
o surgimento de grandes profissionais ainda em atividades aqui e pelo país
afora.
Neste século XXI, a Feira
de Santana se orgulha dos seus jornais,
revistas, emissoras de rádio e televisão, sites, blogs, agências, assessorias
congregando grandes profissionais, mas se orgulha principalmente da “Folha do
Norte” há cem anos retratando o dia-a-dia feirense.
ADILSON SIMAS
Pela “Folha do Estado”
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