domingo, 3 de setembro de 2023

FEIRA ONTEM

                                                                    

“1887 em 24 de novembro – Virgilio Tupinan, cujo nome está ligado à história da imprensa feirense, distribuiu nesta cidade um folheto de versos humorísticos em que há referencias à alta dos gêneros de primeira necessidade. Transcrevemos desse folheto:” (O casarão dos olhos dágua ilustra o texto)

“O fumo não apparece;

Isso de fumo, é fumaça.

Do mel p’ra fazer cachaça

Nem por isso o preço cresce.

A farinha sobe e desce;

Três vintens, meio tostão

Cada litro raso à mão.

Não parece caçoada?...

O que ‘stá dando pancada

É a carne de sertão.

 

Trinta vintens cada kilo,

Arroba oito e quinhentos.

Si Deus não mudar os ventos

P’r’o  povo mudar d’estylo

E comer d’isso e d’aquilo,

Até que a cholera caia,

A creoula vende a saia

Para quem comer comprar,

Só tendo p’ra variar

Bacalhao, bagre ou arraia.

 

A carne verde a cruzado;

Porém tem ossos por borra

Cada cabeça de zorra

Meio kilo bem pezado;

Tire-se a carne p’ra assado

Rôe-se o osso cozido...

Fica o queixo dolorido,

O estomago vazio,

O bolso de corropio

E o cobre derretido.

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