quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

NOS ÚLTIMOS DOIS ANOS, CRIMES EM RAZÃO DA RELIGIÃO AUMENTARAM 45% NO BRASIL

 

lei que equiparou os crimes de injúria racial e racismo também aumentou a pena para quem praticar intolerância religiosa - uma medida necessária, segundo especialistas, diante do aumento de casos no país. Nos últimos dois anos, os crimes em razão da religião aumentaram 45% no Brasil.

O direito de crer ou de não crer é garantido pela nossa Constituição. Por anos, quem discriminava por motivo religioso, agredindo a liberdade de crença de cada um, poderia ser punido com um a três anos de prisão.

Agora, pela lei sancionada neste mês pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a pena passa a ser de dois a cinco anos de prisão a quem obstar, impedir ou empregar violência contra quaisquer manifestações ou práticas religiosas. É a mesma pena prevista pelo crime de racismo, quando a ofensa discriminatória é contra um grupo ou coletividade, por causa da raça ou pela cor. E se isso for feito, por exemplo, de modo violento, com agressão física ou impedindo a realização de um culto, a pena se torna ainda maior.

O jurista André Nicolitt, um dos autores da lei, afirma que agora é possível punir mais condutas de intolerância religiosa:

“A Constituição assegura a liberdade de culto para todas as religiões. O que essa lei fez foi perceber a incidência maior de uma perseguição religiosa atrelada a um fator que é muito mais grave, que é o racismo. Então, quando o discurso e as práticas racistas se manifestam através de perseguição da religião, o ordenamento deu uma resposta mais severa. Porque aí não é só uma intolerância com um culto qualquer, é uma implicância que revela, no fundo, o racismo que é algo constitucionalmente inadmissível”.

As religiões de matriz africana são o alvo mais frequente de intolerância religiosa. Segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos, só no ano passado, foram 1.201 ataques em razão da religião, aumento de 45% em relação a dois anos atrás, e que é sentido por muitos religiosos. Mais.

 

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