domingo, 9 de outubro de 2022

O EFEITO DAS PESQUISAS SOBRE AS ELEIÇÕES

 

Hoje, é mais fácil encontrar um torcedor argentino que considere Pelé melhor do que Maradona do que um eleitor brasileiro que confie nos institutos de pesquisa.

 Os números da pesquisa para o segundo turno das eleições presidenciais, divulgados pelo instituto Ipec na quarta-feira passada, parecem confirmar uma velha máxima do humorista Aparício Torelly, o Barão de Itararé. O problema do Brasil, para ele, não era a “falta de persistência, mas a persistência na falta”. Os dados do Ipec foram encomendados pela TV Globo e mostram Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 55% das intenções de voto, dez pontos à frente de Jair Bolsonaro (PL), que tem 45%.

Nada indica que o levantamento, por si só, esteja errado — e muito menos que tenha sofrido qualquer tipo de manipulação capaz de dar a Lula, neste momento, a dianteira que ele ficou longe de conseguir no primeiro turno. O problema não é esse. O problema é que os números dessa pesquisa foram divulgados sem que houvesse qualquer explicação convincente sobre as falhas gritantes que houve com as pesquisas da reta final do primeiro turno. Sendo assim, como acreditar nesses números?

O debate sobre a credibilidade das pesquisas é antigo, costuma esquentar a cada eleição e atingiu sua temperatura mais elevada este ano. O artigo publicado neste espaço no domingo passado apontou falhas metodológicas e prováveis vícios na construção da amostra de eleitores consultados pelo Ipec — que não refletiriam exatamente a correlação entre os grupos da sociedade. Mais.

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