Por Fernando Brito
Há movimentos ainda não plenamente percebidos ocorrendo sob
a aparente divisão “nós contra eles” que é a aparência que o bolsonarismo acaba
dando à política.
Do lado da situação, os embates entre a ala “pragmática”
(militares, centrão e burocratas) do governo e a parte aguerrida das falanges
bolsonaristas (que mais propriamente seriam chamadas de ‘odiológica’ que de
‘ideológica’) sempre estiveram em confronto por espaços junto ao “chefe”,
contando estas últimas com a imensa influência dos filhos do capitão.
Sim, esta disputa é real, mas não é mortal, salvo pela perda
de peças de um lado e de outro, na qual, até agora, esta ala perdeu menos – o
histriônico Abraham Weintraub e o inexpressivo secretário de cultura de visual
nazista – do que aquela, onde tombaram Gustavo Bebianno e Santos Cruz. Moro não
é de nenhuma delas, é um projeto individual, ambicioso e que percebeu que não
seria mais palatável permanecendo na trupe.
De outro lado, a direita não-bolsonárica bate cabeça sem
rumo: como se escreveu tantas vezes aqui, a porta está fechada, porque o
processo de imbecilização coletiva e de desqualificação da acabou por
devorá-los de tal maneira que não têm mais sequer estruturas partidárias, seja
no PSDB – que se resume a Doria -, seja no DEM – restrito a Rodrigo Maia e,
talvez, a ACM Neto – ou nas legendas que sempre lhe foram auxiliares, como o
PSD e o Republicanos, acoitados com o governo, e o Podemos, agarrado ao projeto
morista. CONTINUE LENDO
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