sábado, 23 de novembro de 2019

ENTRE A FICÇÃO E A PREMONIÇÃO


“Reescrito” com a pena da realidade, A República do Mangue ganha visibilidade na mídia e passa a frequentar as prateleiras de importantes livrarias e sites de vendas.

O romance A República do Mangue, do jornalista e escritor feirense Jorge Magalhães, lançado oficialmente na 24ª Bienal de São Paulo pela editora portuguesa Chiado, em 2015, acabou sendo catapultado para o grande mercado literário, graças à visão premonitória do autor, que centrou a narrativa do livro no vazamento de óleo que ameaça a vida de marisqueiros e pescadores que dependem de um vasto manguezal numa ilha ficcional.

Coincidência trágica, quatro anos após o lançamento de A
República do Mangue, o mar do Nordeste brasileiro se vê as voltas com um grave acidente ecológico de proporções inimagináveis, tendo como causador o vazamento de milhares de toneladas de óleo, invadindo praias, estuários marinhos e manguezais, numa imitação nefasta da arte.

Se antecipando ao futuro, o imaginário ficcional de Jorge Magalhães, em sua antevisão, descreve, com rigor dramático, as mesmas cenas protagonizadas por milhares de voluntários que se revezam em tentar salvar as praias e alguns bosques de mangues em centenas de cidades praianas atingidas pelo óleo.

Guindada pelo desastre inusitado, a obra do romancista baiano passa a frequentar as prateleiras de livrarias e sites de venda importantes, como a Amazon, Saraiva, Submarino, Lojas Americanas, Livraria da Travessa (a livraria oficial da FLIP, RJ), Maganize Luiza, chega ao “Top 20 da Chiado”, e é objeto de discussão em 54 grupos de debates nas redes sociais, em Salvador.

A CPI do óleo
Premida pelas evidências e os males causados à economia do país, a Câmara Federal acaba de criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a origem do derramamento de óleo no Nordeste e a eventual omissão do governo em dar uma resposta célere.
Um quase spoiler

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