“Reescrito” com a pena da realidade, A República do Mangue ganha visibilidade na mídia e passa a frequentar as prateleiras de importantes livrarias e sites de vendas.
O romance A República do Mangue,
do jornalista e escritor feirense Jorge Magalhães, lançado oficialmente na 24ª
Bienal de São Paulo pela editora portuguesa Chiado, em 2015, acabou sendo
catapultado para o grande mercado literário, graças à visão premonitória do
autor, que centrou a narrativa do livro no vazamento de óleo que ameaça a vida
de marisqueiros e pescadores que dependem de um vasto manguezal numa ilha
ficcional.
Coincidência trágica, quatro anos
após o lançamento de A
República do Mangue, o mar do
Nordeste brasileiro se vê as voltas com um grave acidente ecológico de
proporções inimagináveis, tendo como causador o vazamento de milhares de
toneladas de óleo, invadindo praias, estuários marinhos e manguezais, numa
imitação nefasta da arte.
Se antecipando ao futuro, o
imaginário ficcional de Jorge Magalhães, em sua antevisão, descreve, com rigor
dramático, as mesmas cenas protagonizadas por milhares de voluntários que se
revezam em tentar salvar as praias e alguns bosques de mangues em centenas de
cidades praianas atingidas pelo óleo.
Guindada pelo desastre inusitado,
a obra do romancista baiano passa a frequentar as prateleiras de livrarias e
sites de venda importantes, como a Amazon, Saraiva, Submarino, Lojas
Americanas, Livraria da Travessa (a livraria oficial da FLIP, RJ), Maganize
Luiza, chega ao “Top 20 da Chiado”, e é objeto de discussão em 54 grupos de
debates nas redes sociais, em Salvador.
A CPI do óleo
Premida pelas evidências e os
males causados à economia do país, a Câmara Federal acaba de criar uma Comissão
Parlamentar de Inquérito para investigar a origem do derramamento de óleo no
Nordeste e a eventual omissão do governo em dar uma resposta célere.
Um quase spoiler
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