Por Fábio Romeu Canton Filho
Avanços civilizatórios não têm bandeira, mas há quem os veja
como peças de proselitismo ideológico. Laicidade do Estado, presunção de
inocência, direito de defesa a todos, respeito às diferenças de gênero, raça e
credo e liberdade de imprensa são conquistas da humanidade, mesmo que
identificadas como estandartes da esquerda. No caso brasileiro, tal impressão
não será desconstruída enquanto os representantes de uma dita direita não
pararem de negá-las e até de combatê-las.
O presidente da República é um político de direita, e esse
enquadramento no espectro ideológico, a princípio, não o desabona. A ser levada
em conta a conceituação contemporânea de direita e esquerda, muito bem descrita
por Norberto Bobbio, o político de direita é aquele que enxerga o indivíduo
como construtor do seu próprio futuro, atrelado à realidade do mercado e livre
das mãos do Estado. Segundo Bobbio, de outra parte, o político de esquerda vê
na desigualdade o mais grave dos males da nação, o qual não será superado sem
uma forte atuação estatal contra injustiças sociais.
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